Posted by : Nuno T. Menezes Gonçalves 19 novembro 2012


«Diz-se que "a esperança é a última a morrer"; é verdade, mas precisa de ser defendida. A esperança, de facto, não é puro optimismo, não é automática, nem é totalmente espontânea. Pode crescer ou diminuir, tem que ser defendida, guardada, consolidada. Como? O caminho não é negar a realidade, nem evitar conhecê-la. Isso não passa de fuga...
Precisamos de não nos deixar "envenenar", sobretudo diante de uma comunicação social tão negativa e parcial, precisamos de aprender a ver o lado positivo das pessoas e acontecimentos, precisamos de "tirar partido" dos factos e circunstâncias, precisamos de ver na inegável e profunda crise também uma oportunidade e utilizá-la. É a altura de mudar hábitos e rotinas, de dar espaço à criatividade, de não ficar apenas no lamento e de braços cruzados.
A crise é bem real, mas é também uma crise de desânimo e, como se diz, "não há mal que sempre dure". É preciso lutar, tentar, reconhecer que a nossa situação colectiva não é sequer comparável à de muitas situações, muito piores, do nosso tempo e do nosso mundo.
Defender a esperança em nós, antes de mais, mas também defendê-la nos outros, ajudá-los, animá-los, não os deixar afundar ou desistir.
Se o que acabámos de escrever vale para todos, é também uma questão de bom-senso e de sanidade mental, vale muito mais para aqueles que se dizem cristãos, aqueles para quem a fé é princípio e fonte de vida. A fé autêntica, na verdade, desemboca em caridade, em solidariedade e partilha, mas também, necessariamente, em esperança.
A confiança, a certeza de que Deus está connosco, nos acompanha e que só permite o mal para tirar dele o bem e ver o bem maior, é sinal distintivo de uma fé adulta e responsável.
Portanto, pôr os meios possíveis, confiar e não se deixar vencer pelo desânimo e pelo desespero.»

Pe. António Vaz Pinto, sj

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