Archive for agosto 2010

"Noites Brancas", Fiódor Dostoievski



Fiodor Dostoievsi fala-nos das memórias de um sonhador, um romântico mas solitário sonhador, que vagueia em “noites brancas” de plena Primavera pela S. Petersburgo do século XIX. As noites são brancas porque em S. Petersburgo, devido à sua localização geográfica, há uma altura no Verão em que a noite não chega a ser noite, o sol praticamente não se põe.

É precisamente numa maravilhosa “noite branca” que o nosso herói se apaixona. Dois jovens encontram-se numa ponte sobre o rio Nievá e dão início a uma envolvente e intensa, embora fugaz, história de amor, carregada de fantasia, emoção e lirismo.

Nesta novela singular, Dostoiévski constrói uma atmosfera delicada e fantasmagórica que evoca o gosto romântico da época. Nela, a própria cidade de S. Petersburgo, com os seus palácios e pontes, revela-se como personagem. Não falta o final surpreendente já habitual nos seus livros.


«Como a alegria e a felicidade tornam belas as pessoas! Como o amor enche o coração! Quando nos sentimos felizes parece-nos que o coração nos vai transbordar para o coração do ente amado. Queremos que todos estejam alegres, que todos se riam. E como é contagiosa, esta alegria!»

«O desejo de impor, a mim também, a sua felicidade»

«Quando estamos infelizes, sentimos com maior violência a infelicidade dos outros; o sentimento não se destrói, concentra-se...»

«Como é insuportável ser-se feliz em certos momentos!»

«Todas as criaturas escutam com alegria qualquer consolação, sentem-se felizes por encontrar a mínima sombra de justificação.»

«Por que razão mesmo o melhor dos homens tem sempre qualquer coisa a esconder a outro e se cala diante dele? Por que não dizer francamente, à vontade, o que está no coração, quando se sabe que não se falará em pura perda?»

«Quando amamos, lembramo-nos das ofensas?»

«Um minuto inteiro de felicidade! Afinal, não basta isso para encher a vida inteira de um homem?»
28 agosto 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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Quinta do Álamo 2010

 

84 miúdos no total, repletos duma tremenda heterogeneidade, todos marcantes a seu modo. Mas, destes 12, nunca me esquecerei...

Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves

Ludovico Einaudi - I Giorni

Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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1984, George Orwell


Uma sociedade onde até pensar pode ser crime é o cenário em que se desenrola a obra “1984”, de George Orwell. Com este romance político, George Orwell imprimiu no imaginário popular um dos pesadelos mais fortes do conturbado século XX. A sociedade rigorosamente vigiada, em que nem os pensamentos são livres, tornou-se um símbolo do horror dos regimes totalitários. Mas, se em meados do século XX se pensava na União Soviética de Estaline como o modelo inspirador deste horror, passadas cinco décadas a obra de Orwell continua a dar que pensar.

Winston, herói de “1984”, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito colectivamente, mas cada pessoa vive sozinha. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".


«Devia tratar-se toda a gente por camarada»
«O Partido tinha o poder de alterar o passado e determinar este ou aquele acontecimento: isto nunca aconteceu»
«A única finalidade do casamento reconhecida cingia-se à procriação de filhos para o serviço do Partido. O acto sexual era encarado como uma operação desprovida de importância, vagamente repugnante (…) O Partido estava a tentar extinguir o instinto sexual»
«Um amor autêntico parecia-lhe acontecimento quase impensável (…) Graças a um meticuloso condicionamento tinham conseguido extinguir nelas os impulsos naturais»
«Os proles e os animais eram livres»
«A filosofia do Partido negava não apenas a validade da experiência, como até a própria existência da realidade exterior»
«Era sempre um tanto ou quanto perigoso fazer algo que sugerisse gosto pela solidão, até mesmo passear sozinho»
15 agosto 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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