Archive for dezembro 2010

Do debate presidencial Cavaco-Alegre


     Foi sem dúvida interessante ver um Cavaco Silva aguerrido e que não se ficou sem resposta perante as insinuações do candidato adversário, tal como foi interessante ver a atitude trapalhona à PS entranhada no candidato Manuel Alegre. Continuava com alguma dúvida sobre se o voto seria em branco ou para Cavaco Silva, até Manuel Alegre proferir as seguintes palavras no seu comentário final: «Eu dirijo-me (...) àqueles que se reclamam da doutrina social da Igreja e querem uma sociedade mais justa e solidária». Agora sei que o meu voto vai para Cavaco Silva, para prevenir males maiores.
     Vamos lá ver uma coisa, a doutrina social da Igreja é que cria desigualdades? Então não é este governo "socialista" que diz proteger o Estado social mas só faz o contrário? E ainda ontem deu mais provas disso, quando se constata que a aplicação da taxa moderadora da saúde aos mais desfavorecidos embate contra um princípio muito forte do dito Estado social que é o do acesso universal ao sistema de saúde. Foi precisamente a pergunta que deixou Manuel Alegre sem resposta, ou melhor dizendo, respondeu à PS: enrolou e não disse nada.
     O candidato que se informe melhor antes de lançar críticas à doutrina social da Igreja, porque nela diz (e passo a citar) «Os Socialistas, para curar este mal, instigam nos pobres o ódio invejoso contra os que possuem, e pretendem que toda a propriedade de bens particulares deve ser suprimida, que os bens dum indivíduo qualquer devem ser comuns a todos, e que a sua administração deve voltar para – os Municípios ou para o Estado. Mediante esta transladação das propriedades e esta igual repartição das riquezas e das comodidades que elas proporcionam entre os cidadãos, lisonjeiam-se de aplicar um remédio eficaz aos males presentes. Mas semelhante teoria, longe de ser capaz de pôr termo ao conflito, prejudicaria o operário se fosse posta em prática. Pelo contrário, é sumamente injusta, por violar os direitos legítimos dos proprietários, viciar as funções do Estado e tender para a subversão completa do edifício social». Portanto, se quer uma sociedade mais justa e solidária, não venha demandar satisfações à doutrina social da Igreja, porque ela nada tem a ver com as injustiças que o governo de José Sócrates criou!
     Fica aqui o resumo do debate para consulta.

30 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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Sobre a guerra Jonas-Ensitel



Depois de inundar a blogosfera, Facebook e Twitter, obviamente que já cá faltava o Youtube...

Mais pormenores sobre o assunto aqui e aqui
29 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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O duro fardo de José Sócrates


 Fonte: BLASFEMIAS.NET
27 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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"O Véu Pintado", Somerset Maugham

     Este romance clássico de Somerset Maugham retrata a história de amor, passada na primeira metade do século XX, de um jovem casal britânico, Walter e Kitty, que se casam pelos motivos errados. Kitty é uma mulher da alta sociedade e Walter é um médico da classe média.
      Ao se casarem, mudam-se de Londres para Xangai, onde Kitty conhece o homem que vai encaminhar o seu casamento para as ruas da amargura: Charles, homem da alta sociedade e político. Ao descobrir que Kitty o traíra, Walter aceita, num pacto de vingança, um trabalho voluntário numa aldeia remota da China que estava infestada por uma epidemia de cólera e leva Kitty consigo, na esperança de que a ordem natural das coisas poria termo à sua vida.
     Contudo, a viagem acaba por ser libertadora, traz novo significado à sua relação e à sua essência. À medida que o tempo passa, ambos crescem como pessoas e evoluem, também devido à catástrofe que os rodeia, e é então que o amor que nunca tiveram em comum se vai transformar numa grande prova de amor e solidariedade.
26 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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Natal


João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt


     A crise era séria, profunda, duradoura. Herodes, fascinado pelas obras públicas, oprimia o país com impostos. Depois do embelezamento grandioso do Templo, vieram as fortalezas, Masada e Herodium, e as novas cidades Cesareia Maritima e Mamre. A dívida externa crescia e o Império Romano ameaçava com austeridade ou intervenção directa de um Procurador. O povo, sucessivamente enganado por gerações de dirigentes, já não acreditava em nada. Israel sentia-se confuso e desorientado.

      Pior, estava desanimado, deprimido, não via saída.Foi então que «o povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1). A solução veio do Alto, inesperada, explosiva, desconcertante, ultrapassando infinitamente o problema do momento. Não surgiu na capital, no palácio, na monarquia, mas num cantinho obscuro, um estábulo com uma manjedoura a servir de berço. Foi anunciada nos céus mas só os que estavam calados puderam ouvir.

      A nossa crise é séria, profunda, duradoura. Mas acontece depois daquele nascimento. Acontece depois de estarmos salvos. O Senhor já veio e ficou connosco. Neste Natal não temos de esperar por Ele. Ele é que está à nossa espera. A ver se desta vez ouvimos finalmente o que então se disse no céu: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor» (Lc 2, 10-11). Hoje como então, a solução dos nossos problemas não está na capital, no palácio, mas no estábulo iluminado.

23 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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"A Origem" (The Inception)

 

Argumento original e banda sonora bastante boa...
21 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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O que o tempo leva


   Queria novamente abrir os braços e sentir: dias brancos, inteiros, unidos como um só momento.

   Nos teus olhos límpidos reflectiam-se as mais belas e fundas paisagens. A praia onde não havia vestígio algum de impureza. A brisa beijava a tua face e libertava o teu sorriso no ar, fazia-lo presente em cada coisa. A memória de ti calma e antiga. O canto dos passarinhos prometia uma manhã futura, límpida e pura. Por vezes dormias embalada pelos segredos do mar, e aos meus ouvidos o vento fazia promessas sem igual, enquanto penteava o teu cabelo.  As imagens viviam, e tu cantava-las libertadas.

   E tudo parecia tão puro e simples. Tão natural. Como a sombra das folhagens nas paredes dançando  sacudidas, as gaivotas com a boca colada ao horizonte, ou tão somente a felicidade de uma alga por ser tão verde. Gestos que só a noite detinha, quando as horas levavam a luz pelas falésias. Momentos onde as coisas eram uma intimamente, como no seio morno da tua mão, longa de desejo, prometendo eternidade.

   Nostalgia do secreto murmúrio de cada imagem. Encontros de pele, de ideias, de atmosferas, flutuam como nuvens para o paraíso do esquecimento. Confronto-me agora com a falta que eles me fazem.

   Tão efémeras, mas tão marcantes, as cumplicidades radiosas. 

19 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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Soltas

«Sometimes a scream is better than a thesis»


Ralph Waldo Emerson

11 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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Nada é certo


Num momento estavas, e hoje não estás já. Fugiste com o Sol pela calada, com a velha música pelo tempo abalroada, e o que outrora era em mim feliz deixou de o ser agora.

Que azul tinha o céu? E o jardim, tinha flores? Não me lembro, partiste e levaste essas memórias. São estilhaços dispersos num mar turbulento. Já não tenho esse passado, e o que sobra é um sonho que está triste.

Não sei o que é, nem a minha alma consente que eu saiba bem. O que chora minha amarga ansiedade está bem para além da saudade.

Mas não quero saber, só quero dormir sossegado.


04 dezembro 2010
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
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Em mãos

Em mãos

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