Posted by : Nuno T. Menezes Gonçalves 12 julho 2011

'O Adeus às Armas' sobe incontestavelmente ao pódio dos melhores romances mundiais e contemporâneos, sendo muito provavelmente o melhor romance de Ernest Hemingway.


E assim, a imaginação transporta-nos para o cenário da Primeira Grande Guerra, através de uma incansável e pormenorizada narração, ainda que em nada supérflua, no estilo peculiar de Hemingway, sintético e directo. O autor expõe-nos um registo despojado entre a literatura, a crónica de viagem e o jornalismo de guerra, juntando a poesia dos grandes sentimentos ao realismo do quotidiano prosaico: uma história de amor, doce e inesquecível, de braço dado com uma história de guerra, cruel e diferente.
Frederic Henry e Catherine Barkley são os aventureiros deste romance, que a morte e a violência sempre espreitam. Frederic, um tenente norte-americano que serve no exército italiano, e Cat, enfermeira inglesa que se torna amante de Frederic, demonstram-nos um amor exemplar até na dificuldade, um romance de uma intensidade fora do normal, esboçando os grandes problemas do século em que viviam e em torno do qual se aprofundam as angústias de um tempo incerto e de luta.
Um livro que jamais se esquece. Uma viagem a um tempo de guerra e de amor, de esperança e desespero. Com um final que nunca mais acaba em nós. Um portentoso retrato da vida e da morte. E uma história de amor em tempo de guerra que, podendo sê-lo, é tudo menos banal. Em suma, um livro de sempre.

Quanto a frases e pensamentos que me marcaram, neste livro pretendo realçar apenas este momento:

«Muitas vezes o homem deseja estar só, e a mulher deseja também estar só, e se se amam têm reciprocamente ciúmes desse desejo, mas posso dizer confiadamente que nunca sentimos tal coisa. Podíamos sentir-nos sós quando estávamos sós – sozinhos contra os outros. (...) Nós nunca nos sentíamos sós, e nunca tínhamos medo quando estávamos juntos. (...) Quando as pessoas defrontam o mundo com tanta coragem, o mundo só pode quebrá-las matando-as, e por isso, é claro, mata-as. O mundo quebra toda a gente, e depois muitos ficam mais fortes no lugar da fractura. Mas àqueles que não consegue quebrar mata-os.»

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