Posted by : Nuno T. Menezes Gonçalves 15 agosto 2010


Uma sociedade onde até pensar pode ser crime é o cenário em que se desenrola a obra “1984”, de George Orwell. Com este romance político, George Orwell imprimiu no imaginário popular um dos pesadelos mais fortes do conturbado século XX. A sociedade rigorosamente vigiada, em que nem os pensamentos são livres, tornou-se um símbolo do horror dos regimes totalitários. Mas, se em meados do século XX se pensava na União Soviética de Estaline como o modelo inspirador deste horror, passadas cinco décadas a obra de Orwell continua a dar que pensar.

Winston, herói de “1984”, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito colectivamente, mas cada pessoa vive sozinha. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".


«Devia tratar-se toda a gente por camarada»
«O Partido tinha o poder de alterar o passado e determinar este ou aquele acontecimento: isto nunca aconteceu»
«A única finalidade do casamento reconhecida cingia-se à procriação de filhos para o serviço do Partido. O acto sexual era encarado como uma operação desprovida de importância, vagamente repugnante (…) O Partido estava a tentar extinguir o instinto sexual»
«Um amor autêntico parecia-lhe acontecimento quase impensável (…) Graças a um meticuloso condicionamento tinham conseguido extinguir nelas os impulsos naturais»
«Os proles e os animais eram livres»
«A filosofia do Partido negava não apenas a validade da experiência, como até a própria existência da realidade exterior»
«Era sempre um tanto ou quanto perigoso fazer algo que sugerisse gosto pela solidão, até mesmo passear sozinho»

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