Posted by : Nuno T. Menezes Gonçalves 12 março 2011


      Um protesto da juventude iniciado por quatro jovens no Facebook rapidamente se transformou num protesto de milhares de cidadãos que saíram à rua em onze cidades do país. Não foi uma "geração à rasca" que se manifestou em Portugal, foram todas as gerações, porque todos estamos à rasca! 280.000 portugueses uniram-se, independentemente da sua ideologia político-partidária, e gritaram, lutaram, protestaram contra o seu inimigo comum, o monstro que se apoderou do poder, que deturpou a democracia, que humilhou e humilha todos os dias os portugueses: o escarro maçónico José Sócrates. E essa luta foi ouvida em Espanha, em França, nos EUA, na Rússia, na China e na Austrália.
     Antigamente, o ensino superior não era acessível a todos, e muito isso era contestado. Quiseram melhorar a acessibilidade ao ensino superior e abriram mais vagas e novos cursos. Para quê? Os estudantes pagam €1.000 de propinas anuais, e as bolsas de estudo nem sempre são o suficiente para o sustento de alguns, para chegar ao fim do curso e terem tantas oportunidades de trabalho como uma pessoa sem curso. Veio Bolonha diminuir os anos de curso e, alegadamente, melhorar a qualidade do ensino, mas o resultado é mais desemprego para novos "mestres integrados" e licenciados de 3 anos. É o degredo do Ensino: os pais, avós, tios, sustentarem-nos e pagarem-nos um curso para que tenhamos sucesso no mercado de trabalho, mas no fim terão de continuar a sustentar-nos.
     Pensões tão insignificantes que até dói pensar como é que essas pessoas sobrevivem nos dias que correm, com tantos descontos sociais e um custo de vida elevadíssimo. Falta de protecção aos trabalhadores, muitos deles que continuam eternamente a viver de recibos verdes, sem direitos equiparáveis aos contratados dos quadros públicos. Segundo o INE, o desemprego na faixa etária abaixo dos 35 anos corresponde actualmente a metade dos 619 mil desempregados em Portugal, e a este número podemos juntar outros milhares em precariedade: "quinhentos-euristas" e outros mal remunerados, falsos trabalhadores independentes, estagiários, bolseiros e trabalhadores-estudantes. Continuam a aumentar os impostos, continuamos a pagar e a ser espremidos até ao ridículo. Dizem que a população está a envelhecer, mas onde está o estímulo à natalidade? Onde está o apoio social?
     Foi admirável observar a mobilização tremenda das pessoas, unidas por um objectivo em comum: MUDAR PORTUGAL. O nosso país está completamente desacreditado, o sistema político está corrompido até ao tutano, o povo português já foi sacrificado mais do que seria humanamente possível. As pessoas querem sair de Portugal, querem procurar outra qualidade de vida lá fora. Contudo, a grande concentração populacional que se fez ver hoje nos quatro cantos do país demonstrou que nós ainda acreditamos em Portugal, que temos que lutar por um Portugal melhor! Chega de PECs, chega de mentiras e promessas vãs, porque se pedem sacrifícios a uns têm que os fazer todos, e se usam a sua palavra têm que a honrar. Os portugueses exigem uma mudança urgente na maneira de governar, exigem a demissão imediata de José Sócrates. Foi um grito de patriotismo que povoou o nosso país hoje! Não vamos para fora, não queremos ir para fora, queremos o melhor para Portugal e para os portugueses! Queremos o fim da era socretina e reaver a dignidade que nos foi roubada!
     Hoje foi o primeiro passo da luta dos jovens contra o monstro. Não protestamos contra as outras gerações, apenas não estamos à espera que os problemas se resolvam sozinhos: protestamos contra uma solução e queremos ser parte dela. Esta "Geração à rasca" é a esperança do nosso país! Parabéns a todos nós que saímos à rua para dar vida a este movimento, hoje todos fomos protagonistas da vontade de mudar Portugal. Sejam patriotas e acreditem em Portugal!

Os discursos da "Geração à Rasca" aqui (a partir do minuto 1:45) e aqui (a partir do minuto 00:37)

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