Posted by : Nuno T. Menezes Gonçalves 19 dezembro 2010


   Queria novamente abrir os braços e sentir: dias brancos, inteiros, unidos como um só momento.

   Nos teus olhos límpidos reflectiam-se as mais belas e fundas paisagens. A praia onde não havia vestígio algum de impureza. A brisa beijava a tua face e libertava o teu sorriso no ar, fazia-lo presente em cada coisa. A memória de ti calma e antiga. O canto dos passarinhos prometia uma manhã futura, límpida e pura. Por vezes dormias embalada pelos segredos do mar, e aos meus ouvidos o vento fazia promessas sem igual, enquanto penteava o teu cabelo.  As imagens viviam, e tu cantava-las libertadas.

   E tudo parecia tão puro e simples. Tão natural. Como a sombra das folhagens nas paredes dançando  sacudidas, as gaivotas com a boca colada ao horizonte, ou tão somente a felicidade de uma alga por ser tão verde. Gestos que só a noite detinha, quando as horas levavam a luz pelas falésias. Momentos onde as coisas eram uma intimamente, como no seio morno da tua mão, longa de desejo, prometendo eternidade.

   Nostalgia do secreto murmúrio de cada imagem. Encontros de pele, de ideias, de atmosferas, flutuam como nuvens para o paraíso do esquecimento. Confronto-me agora com a falta que eles me fazem.

   Tão efémeras, mas tão marcantes, as cumplicidades radiosas. 

Em mãos

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