O homem que era Quinta-feira, G. K. Chesterton
Um artista é um anarquista. As duas palavras equivalem-se. Um anarquista é um artista. O homem que atira uma bomba é artista, porque prefere a tudo um momento culminante. Sente que o brilhar de uma chama e um belo estrondo valem muito mais do que os corpos desfigurados de meros polícias. Um artista desrespeita todos os governos, suprime todas as convenções. Um poeta só na desordem se sente bem. Se não fosse assim, o metropolitano seria a coisa mais poética do Mundo.
Há muitas espécies de sinceridade e hipocrisia. Quando lhe passam o saleiro e diz «muito obrigada», é sincera? Não é. Quando diz «o Mundo é redondo», é sincera? Não. É uma verdade, mas você não a diz com consciência.
Quem está verdadeiramente ligado à pátria é o homem pobre; o rico não, esse pode partir no seu iate para a Nova Guiné. Os pobres às vezes repontam por serem mal governados, os ricos têm repontado sempre contra qualquer forma de governo.
Querem que lhes diga qual o segredo do mundo inteiro? É que lhe conhecemos apenas as costas, vemos tudo por trás e parece-nos brutal. Aquilo não é uma árvore, são as costas de uma árvore, aquilo não é uma nuvem, mas sim as costas de uma nuvem. Não vêem que tudo se curva e esconde a cara? Se nós pudéssemos ver de frente...
O mal é tão mau que não podemos imaginar o bem senão como um acaso; o bem é tão bom, que ficamos com a certeza de poder explicar o mal.
O filósofo pode, por vezes, amar o infinito, o poeta ama sempre o finito. Para este, o momento culminante não é o da criação da luz, mas sim o da criação do Sol e da Lua.
Os Irmãos Karamázov - Volume II
- O que é isso de socialista?
- É quando toda a gente é igual, quando todos têm uma propriedade comum, não existem casamentos, quando a religião e as leis são como cada qual quiser, e assim por diante.
Vou para o suplício em prol desse «crianço». Porque toda a gente tem culpa por todos. Por todos os «crianços». Vou ao suplício por todos, porque alguém tem de ir por todos. Não matei o pai, mas tenho de ir. Aceito! (...) Oh, sim, seremos agrilhoados, não haverá liberdade, mas, na nossa enorme desgraça, ressuscitaremos para a alegria, a alegria sem a qual o homem não pode viver nem Deus existir, porque Deus é quem dá a alegria
Conheço bem este coração, este coração selvagem mas nobre. Inclinar-se-á perante o vosso gesto, ansiando pelo grande feito de amor, acender-se-á e ressuscitará para sempre. Há almas que acusam todo o mundo pela sua limitação. Mas impressionem uma alma dessas com a misericórdia, dêem-lhe amor, e ela amaldiçoará o seu crime porque possui em si muitos germes de bondade. A alma engrandece-se e vê que Deus é misericordioso, que as pessoas são belas e justas. Ficará aterrorizada, esmagada pelo arrependimento e pelo dever infinito que terá pela frente. Então, já não dirá: "Estamos quites". Dirá: "Sou culpado perante todos e sou o mais indigno dos mortais". Com lágrimas de arrependimento e de ternura pungente e sofredora, exclamará: "Essa gente é melhor do que eu, porque não quis levar-me à perdição, antes quis salvar-me!"
- É quando toda a gente é igual, quando todos têm uma propriedade comum, não existem casamentos, quando a religião e as leis são como cada qual quiser, e assim por diante.
Vou para o suplício em prol desse «crianço». Porque toda a gente tem culpa por todos. Por todos os «crianços». Vou ao suplício por todos, porque alguém tem de ir por todos. Não matei o pai, mas tenho de ir. Aceito! (...) Oh, sim, seremos agrilhoados, não haverá liberdade, mas, na nossa enorme desgraça, ressuscitaremos para a alegria, a alegria sem a qual o homem não pode viver nem Deus existir, porque Deus é quem dá a alegria
Conheço bem este coração, este coração selvagem mas nobre. Inclinar-se-á perante o vosso gesto, ansiando pelo grande feito de amor, acender-se-á e ressuscitará para sempre. Há almas que acusam todo o mundo pela sua limitação. Mas impressionem uma alma dessas com a misericórdia, dêem-lhe amor, e ela amaldiçoará o seu crime porque possui em si muitos germes de bondade. A alma engrandece-se e vê que Deus é misericordioso, que as pessoas são belas e justas. Ficará aterrorizada, esmagada pelo arrependimento e pelo dever infinito que terá pela frente. Então, já não dirá: "Estamos quites". Dirá: "Sou culpado perante todos e sou o mais indigno dos mortais". Com lágrimas de arrependimento e de ternura pungente e sofredora, exclamará: "Essa gente é melhor do que eu, porque não quis levar-me à perdição, antes quis salvar-me!"
Obrigado Essejota
É com grande alegria que reparo que alguns dos textos que publiquei neste blog, ao longo dos tempos, foram colocados num site que acompanho com assiduidade: o Essejota. Fica o meu sincero obrigado à direcção deste site por considerá-los dignos de serem lidos pelos seus leitores.
Os textos referidos são:
- Eutanásia: Matar a compaixão ou matar com compaixão?
- O Adeus às Armas
- Aqui dentro não sou nada
Os textos referidos são:
- Eutanásia: Matar a compaixão ou matar com compaixão?
- O Adeus às Armas
- Aqui dentro não sou nada
ADSE: o fim ou um recomeço?
Não são contas muito difíceis de fazer, é só puxar um bocadinho pela massa cinzenta. Em dois anos o Estado gastou 600 milhões de euros com a ADSE. O Ministério das Finanças defende que a partir de 2016 este sistema de saúde terá que ser auto-suficiente. Em 2013 o Estado gastará 136 milhões de euros com a ADSE.
Vejamos. Uma consulta básica de Medicina Dentária custa ao contribuinte 2,49€ (ver tabela). Para um juíz, é o mesmo que comprar um café. Para um auxiliar duma escola, é como pagar um almoço. Porque é que o juíz e o auxiliar contribuem de igual forma para a ADSE? Será que ainda ninguém pensou nisso? Em vez de andarem às cabeçadas a dizer que o sistema acaba, não acaba, muda-se, porque não adaptar as contribuições dos funcionários públicos aos respectivos escalões de IRS?
Ou então, ainda mais simples. Para aqueles que não gostam de fazer as contas: Porque não invertem a tabela, substituindo a contribuição da ADSE pelo pagamento do beneficiário?
Voltando ao preço da consulta. Falo na Medicina Dentária porque é a realidade em que vivo. Quando me refiro a consulta básica, digo nomeadamente um "check-up dentário". No total, a clínica recebe 7,48€, um valor insignificante, que nem chega para pagar as despesas de limpeza do consultório e substituição de material. Para uma consulta de Clínica Geral, esse valor pode ser legítimo e aceitável. Para uma consulta de Medicina Dentária, é incompreensível, sendo a especialidade médica que tem gastos monetários mais elevados de material. Não seria nada do outro mundo se o Estado inflacionasse em 25% os custos tabelados para o beneficiário. Não digo uma percentagem mais elevada porque tenho medo de que me caia em cima o Carmo e a Trindade. Claro que, para a oposição política, seria o apocalipse do estado social. Mas, fazendo as contas à merceeiro, com papel e caneta, a consulta passaria de um total de 7,48€ para 9,35€. Para o beneficiário, seria um aumento de 2,49€ para 4,36€. Pondo os pontos nos i's, afinal nem é assim tanto não é?
Outra sugestão para o Sr. Gaspar. Já pensou em reunir os seus técnicos com um grupo de médicos dentistas que os possam aconselhar devidamente quanto aos preços dos actos médico-dentários? Era melhor para o défice e melhor para os médicos dentistas, do que reunir "homens do dinheiro" para opinar daquilo que não percebem patavina. Ou estarei errado?
Vejamos. Uma consulta básica de Medicina Dentária custa ao contribuinte 2,49€ (ver tabela). Para um juíz, é o mesmo que comprar um café. Para um auxiliar duma escola, é como pagar um almoço. Porque é que o juíz e o auxiliar contribuem de igual forma para a ADSE? Será que ainda ninguém pensou nisso? Em vez de andarem às cabeçadas a dizer que o sistema acaba, não acaba, muda-se, porque não adaptar as contribuições dos funcionários públicos aos respectivos escalões de IRS?
Ou então, ainda mais simples. Para aqueles que não gostam de fazer as contas: Porque não invertem a tabela, substituindo a contribuição da ADSE pelo pagamento do beneficiário?
Voltando ao preço da consulta. Falo na Medicina Dentária porque é a realidade em que vivo. Quando me refiro a consulta básica, digo nomeadamente um "check-up dentário". No total, a clínica recebe 7,48€, um valor insignificante, que nem chega para pagar as despesas de limpeza do consultório e substituição de material. Para uma consulta de Clínica Geral, esse valor pode ser legítimo e aceitável. Para uma consulta de Medicina Dentária, é incompreensível, sendo a especialidade médica que tem gastos monetários mais elevados de material. Não seria nada do outro mundo se o Estado inflacionasse em 25% os custos tabelados para o beneficiário. Não digo uma percentagem mais elevada porque tenho medo de que me caia em cima o Carmo e a Trindade. Claro que, para a oposição política, seria o apocalipse do estado social. Mas, fazendo as contas à merceeiro, com papel e caneta, a consulta passaria de um total de 7,48€ para 9,35€. Para o beneficiário, seria um aumento de 2,49€ para 4,36€. Pondo os pontos nos i's, afinal nem é assim tanto não é?
Outra sugestão para o Sr. Gaspar. Já pensou em reunir os seus técnicos com um grupo de médicos dentistas que os possam aconselhar devidamente quanto aos preços dos actos médico-dentários? Era melhor para o défice e melhor para os médicos dentistas, do que reunir "homens do dinheiro" para opinar daquilo que não percebem patavina. Ou estarei errado?
Posted by Nuno T. Menezes Gonçalves
"Abandono de princípios cristãos levou à crise económica da Europa"
BUDAPESTE,
20 de novembro de 2012
A
Europa deve retornar ao cristianismo para ser possível a regeneração económica
disse o primeiro-ministro Viktor Orban da Hungria numa conferência na
semana passada. De acordo com Orban, a crescente crise económica na Europa
tem origem na ordem espiritual e não na ordem económica. Para resolver
esta crise, ele propôs uma renovação da cultura e da política baseada em
valores cristãos para salvar a Europa do colapso económico, moral e social.
"Uma
melhoria económica só é possível para a Europa e Hungria se almas e corações
melhorarem também", disse Orban no XIV Congresso de Católicos e Vida
Pública em "A Esperança é a resposta cristã à crise."
Por detrás de cada economia bem sucedida, disse Orban, há "algum tipo de força
motriz espiritual".
"A
Europa governada de acordo com os valores cristãos iria regenerar."
"A
crise europeia", disse ele, "não veio por acaso, mas pela falta de
cuidado e negligência de suas responsabilidades pelos líderes que questionaram
precisamente essas raízes cristãs. Essa foi a força motriz que permitiu
coesão europeia, família, trabalho e crédito. Esses valores sustentaram
poder económico durante muitos anos, graças, principalmente, ao desenvolvimento
que naquele tempo foi feito em conformidade com aqueles princípios ".
Num
órgão de Informação católico, um site de notícias em língua espanhola, citou
Orban que disse que mesmo a crise de crédito foi impulsionado pelo abandono dos
princípios cristãos. A Igreja Cristã antes da Reforma, disse ele, sempre
se opôs à usura (cobrança de taxas exorbitantes de juros de empréstimos) - uma
prática que levou a enorme dívida insolúvel tanto em nível nacional e
individual, como os níveis pessoais de famílias.
Numa
Europa cristã os excessos que criaram a crise económica não teriam sido
possíveis, disse ele. "A Europa cristã teria notado que cada euro é
trabalhado. A Europa cristã, não teria permitido que países inteiros
fossem afundados pela escravidão do crédito. "
Orban,
ele próprio um protestante, disse que foi a Reforma Protestante que primeiro
introduziu a era da ganância com uma usura livre e que o crédito tem sido
despojado de sua dimensão moral. Referindo-se às duras "medidas de
austeridade" impostas pela UE sobre a Grécia e Itália, que resultaram em
desemprego e dificuldades económicas, ele disse que os líderes políticos
abandonaram os "aspectos humanos" da economia nos esforços para
conter as enormes dívidas nacionais acumuladas pelos governos socialistas ao
longo do século passado.
Ele
citou a nova Constituição húngara como um caminho para toda a Europa, dizendo
que ela é baseada na dignidade da pessoa, Estado, família, liberdade,
fidelidade e amor, com a obrigação expressa de ajudar os pobres.
Na
semana passada, o primeiro-ministro fez comentários semelhantes durante uma
cerimónia no Parlamento, em que ele recebeu a Ordem do Mérito da Hungria, a
Grande Cruz, para o cardeal arcebispo de Viena, Christoph Schönborn.
Na
cerimónia, Orban disse que a Europa que esquece as suas raízes cristãs é como
um homem que construiu sua casa sobre a areia. Ele disse que muitas
pessoas responsáveis na Europa estão comprometidos com a reconstrução da
sociedade europeia da "fundação sólida" de sua herança cristã.
Liderança
Hungria e Orban continua a ser uma pedra no sapato do, estatista consenso
liberal na União Europeia . A Constituição húngara tem
estado sob ataque desde a sua
passagem em maio 2011. Ele defende explicitamente os
direitos do nascituro e da definição de casamento como sendo entre um homem e
uma mulher, e afirma que o cristianismo é a base da identidade nacional
húngara.
As
cláusulas pró-vida da nova Constituição têm sido particularmente atacadas por
lobistas do aborto internacional do Centro para os Direitos
Reprodutivos. Johanna Westeson, o diretor regional europeia para o Centro
de Direitos Reprodutivos, comentando sobre a situação húngara, disse: "Não
é um pró-natalista muito forte (anti-escolha) atual na Europa Central e
Oriental e que vai junto com as tendências nacionalistas em muitos desses
países. "
"Em
toda a Europa Central e Oriental, como o desemprego e os surtos hesita da União
Europeia, os partidos conservadores nacionalistas e extrema-direita estão em
marcha. Encorajados pelos líderes da direita estão ressuscitando debates
em torno do aborto e de outros serviços de saúde reprodutiva, mesmo em países
como a Hungria, um dos primeiros países europeus a legalizar o aborto
explicitamente ".